Em nosso artigo de hoje abordaremos um assunto delicado que vem tirando o sono de muitos líderes nesses tempos de pandemia, como liderar de forma eficiente a equipe que está trabalhando de remotamente em home office?
Este foi justamente o tema da Live de hoje do Encontro Regional SESCON-SP, com o palestrante Andrea Iorio, onde o assunto foi bastante debatido.
Alguma reflexão sobre o papel compartilhado entre lideres e liderados no processo de adaptação a essa “não tão nova, porém, desafiante forma de trabalhar” aponta para alguns itens que merecem destaque em nossa análise e tomada de ações, para que empresa e colaborador tenham vantagens mútuas nessa relação.
A importância de gerar empatia
Gerar empatia, mesmo à distância, nunca foi tão importante como agora. A liderança deve ter em mente que “tudo é novo” para o colaborador que de uma hora para outra viu o trabalho inserido no ambiente familiar, a casa que até então era o reduto para “desligar do trabalho” agora faz parte dele e isso pode parecer um tanto confuso e difícil de administrar.
Quando a liderança se coloca no lugar do colaborador começa a entender que existem novos desafios a serem vencidos além da parte tecnológica em sí, dar apoio e ter certa dose de compreensão nessa hora é a melhor forma de ajudar na adaptação.
Tecnologia pode ser um gargalo para o trabalho Home Office
Internet é a principal ferramenta no trabalho remoto e não é novidade pra ninguém que nem sempre a qualidade da internet na maioria das residências deixa muito a desejar quando se pensa em trabalhar de casa. Soma-se a isso o fato de que nem sempre o colaborador está sozinho, tendo que compartilhar a internet com outros membros da família, sem falar inclusive nas crianças tendo aulas on-line.
Telefonia também pode ser um problema, os altos custos dos “créditos de celular” junto com a péssima qualidade de sinal podem atrapalhar bastante a comunicação. Estes são somente dois principais desafios, são muitos os entraves tecnológicos enfrentados pelas empresas para garantir condições mínimas de trabalho aos seus colaboradores em casa.
Ergonomia e saúde no trabalho
Outro ponto de atenção refere-se à postura ergonômica, móveis e equipamentos utilizados no trabalho em casa. Na grande maioria das vezes as pessoas não têm em casa os móveis (cadeiras, mesas), equipamentos de ergonomia como descansos de pés e braços, suporte de monitor, entre outros; ou até mesmo a iluminação adequada do ambiente para uma jornada de 6 ou 8 horas trabalho.
Apesar de parecer “aconchegante”, o trabalho em home office, sem a devida aparelhagem adequada pode resultar na falta de produtividade e pior, desenvolver doença do trabalho, trazendo prejuízos para a empresa e o trabalhador.
A liderança deve ter a sensibilidade de entender as restrições e desafios impostos por essa nova modalidade laboral, incentivando melhores práticas, informando e apoiando o colaborador no desenvolvimento do seu trabalho. O fornecimento de ferramentas adequadas para o bem estar da equipe deve ser uma prioridade no planejamento e adoção do trabalho em Home Office.
O papel do colaborador
Comprometimento, organização, cumprimento de metas diárias e a execução das tarefas são algumas das características desejáveis do colaborador que trabalha em home office. Estabelecer um relacionamento e a comunicação proativa com a liderança é papel fundamental para o êxito dessa relação.
Ter clareza do desempenho que a empresa espera pode ajudar bastante na organização das tarefas de forma a otimizar o tempo e entregar o trabalho de forma eficiente. Manter o foco pode ser um grande desafio no ambiente do lar, mas é fundamental. Respeitar horários de trabalho e descanso, determinar pequenas pausas e evitar distrações como redes sociais, televisão ou tratar assuntos pessoais no meio do expediente pode ajudar a aproximar o desempenho do trabalho em casa do que era o trabalho no escritório.
Fazer rápidas reuniões virtuais de alinhamento entre equipe e liderança, compartilhar as pequenas realizações diárias ou atingimento de metas e objetivos são fundamentais para resgatar aquela sensação de estarmos em equipe, apesar de isolados em home office.
Edivaldo Rocha é professor, pós graduando em controladoria e finanças, especialista em gestão de PME.
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